Muito mais do que aprender sobre moda, o que fica bem, o que combina com o quê. A Consultoria de Imagem me reconstruiu no pior momento da minha vida e se tornou minha paixão.
Houve um momento da minha vida em que tudo, absolutamente tudo, que eu achava que era certo ruiu. Embora nada aconteça do nada, a sensação foi de que num dia eu tinha uma vida e no outro eu enfiei o que deu numa mala de viagem e voltei com o rabo entre as pernas para a casa dos meus pais. Você pode imaginar o que isso faz com a autoestima de uma pessoa que sempre foi independente, né?
O tempo foi passando e com ele a sensação de estar perdida, em looping, também. Eu que sempre amei trabalhar, empreender, estar entre mulheres, precisava entender o que faria com a minha carreira dali para frente. Era um momento onde eu tinha um papel em branco: podia voltar para o corporativo, podia voltar pra minha carreira no marketing de conteúdo, podia começar algo totalmente novo… optei pelo primeiro. Fiz algumas entrevistas, e, conversando com meus pais, eles me provocaram: o que você realmente ama fazer? O que você faria sem pensar em dinheiro primeiro?
“Maquiagem profissional.”
Um pouco a contragosto, lá fui eu fazer o curso, dizendo a mim mesma — “nem que seja por hobby, né?”. Eu estava acostumada a andar na rodinha das mulheres de negócios, marketing, cursos internacionais, professoras, palestrantes (sendo eu uma dessas mulheres) e fiquei receosa de fazer essa mudança — hoje, percebo que na verdade tinha um super preconceito com a área da moda e beleza, achava fútil (eu sou formada em negócios da moda!!! for christ sake), achava que as pessoas iriam me julgar por sair do “business” e ir pra make.
Para minha surpresa, a semana do curso de maquiagem quebrou todos os meus preconceitos: conheci mulheres de negócios na área da beleza simplesmente maravilhosas, a própria escola me inspirou, um universo de possibilidades se abriu. Saí apaixonada e comecei a oferecer maquiagem e consultorias de maquiagem.
Como eu amo estudar e eu sabia que poderia expandir muito minha atuação, logo quis fazer um curso de Visagismo — e nessa hora eu vi, mais uma vez, que o universo não brinca em serviço: de mil e uma possibilidades que eu tinha, do nada me lembrei de uma colega de faculdade que é Consultora de Imagem e decidi falar com ela, que me indicou formações com abordagem comportamental, atendimento humanizado, tudo que eu acredito e sempre tive como pano de fundo e princípio nos meus trabalhos. Fiz o curso de Visagismo e em seguida o de Consultoria de Imagem.
A abordagem comportamental na Consultoria de Imagem (que inclui a parte de Visagismo) fala sobre se conhecer, se entender, para aí, ajustar a imagem estrategicamente. Para fazer esse percurso, utilizamos como base os quatro temperamentos criados por Hipócrates e trazidos na antroposofia por Rudolf Steiner, que nos ajudam a entender o comportamento humano e são: Sanguíneo, Colérico, Melancólico e Fleumático. Em outro conteúdo podemos ter essa longa conversa, sobre cada um deles.
Entender através dos meus temperamentos que eu sou mesmo uma pessoa perfeccionista, detalhista, que demora para tirar as coisas do papel porque gosta e precisa do cultivo e do tempo, que muitas vezes prefiro passar despercebida e que ao mesmo tempo na minha estética eu já trago o outro lado da moeda, da ação, da força, autoconfiança foi libertador. Eu conheci mais de mim mesma, meus limites (psicológicos e estéticos) e comecei a me divertir e me aventurar nas roupas e acessórios.
Cheguei uma pessoa e saí outra. Ali, ficou claro que o choque emocional transbordava no meu vestir — eu só andava de preto (e cor sendo emoção, conecte os pontos), toda coberta, com o cabelo milimetricamente organizado. Eu estava fechada para o mundo, queria distância e ao mesmo tempo trazia o controle no cabelo e acessórios. Ao mesmo tempo, meu estilo sempre esteve presente na escolha das peças, o que também diz muito sobre minha assinatura de estilo e acabava por equilibrar um pouco essa equação.
E não me entenda mal, eu ainda gosto de preto e me sentia super bem com essa estética, mas hoje tenho conhecimento, autoconhecimento e clareza de que aquela imagem apenas refletia o quão quebrada, traumatizada, perdida eu estava por dentro.
O processo não foi da noite pro dia, inclusive, sempre falo que a consultoria de imagem é um processo pra vida, contínuo. Aos poucos fui aplicando suas ferramentas (cores, linhas, estilos) em mim, incluindo coisas novas no meu tempo, respeitando meus limites, e com isso senti que fui florescendo e conseguindo comunicar no vestir quem eu realmente sou, me sentindo autoconfiante.
Para além da parte prática no vestir, eu entendi (lê-se: aceitei e parei de achar fútil) que eu adoro estar arrumada e me cuidar. Isso faz toda diferença em como eu me conecto comigo mesma, como me sinto, na energia do meu dia. Eu aprendi a me colocar na agenda e no primeiro lugar da fila, sem culpa.
Entendendo quem eu sou, como penso, me relaciono e o que eu quero, fui, aos poucos, incluindo e reforçando elementos visuais que me deixaram ainda mais confiante.
Hoje, não é sobre a roupa. É sobre eu saber usar a roupa para ser quem sou e usar o vestir como recurso quando preciso. Ainda vou trazer vários exemplos e vamos falar mais sobre isso. Esse foi um pequeno recorte da minha história para dizer o quanto eu acredito no que faço e como apliquei e sigo aplicando em mim.
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Até a próxima,
Gi